segunda-feira, 23 de maio de 2011

Raimundo Colombo é contra a educação pública!


Por Lidiane Ramos Leal.
O piso nacional do magistério foi estabelecido por lei em 2008, assim sendo, nenhum professor atuante na educação básica da rede pública de ensino que exerça a carga horária de 40 horas semanais poderá receber um salário inferior ao piso aprovado. No dia 24 de fevereiro de 2011 o Ministério da Educação (MEC) divulgou o novo valor do piso salarial para o magistério em todo o Brasil, o reajuste de 15,8% em relação a 2010 eleva o valor do piso de R$ 1.024 para R$ 1.187, para professores que cumprem a jornada semanal exigida.
O governador Raimundo Colombo (ex DEM agora PSD) um dos que recorreu à justiça por ser contra o piso nacional do magistério (isso mesmo, ele acha muito!) apresentou uma desastrosa proposta à classe, qual seja, o pagamento de R$ 1.187 de salário será pago, porém serão somados a esse valor os abonos já recebidos pelos trabalhadores, proposta é claro que não foi aceita pela categoria, pois conforme a lei o valor deve ser pago sem a inclusão de benefícios.
No dia 11 de maio o magistério catarinense realizou uma grande paralisação para lutar pelo cumprimento do piso nacional. Diante do descaso do governo catarinense com os professores e com a população do estado a categoria viu-se na necessidade de realizar aulas de 30 minutos do dia 12/05 a 17/05 com o propósito dos profissionais se reunirem para discutir e organizar as atividades referentes à greve, que foi deflagrada em toda rede estadual de ensino no dia 18 de maio, onde foram realizadas assembléias regionais com a finalidade de obter alguns encaminhamentos referentes à situação.
No dia 17 de maio, na audiência do Grupo Gestor do Governo do Estado com o SINTE – SC (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina) o governador (que está acompanhando a greve na Europa) não apresentou proposta aos professores e ainda reafirmou sua posição quanto a essa situação.
No dia 23 de maio haverá outra reunião com o Governo onde se espera  que o mesmo apresente uma proposta concreta e decente para ser analisada pelo Comando de Greve e encaminhada as assembléias regionais que acontecerão no próximo dia 24. Assim como no dia 18 de maio, serão realizados durante o dia 24 do mesmo mês atos com o objetivo de esclarecer a população acerca da barbárie que está sendo cometida por Raimundo Colombo contra os professores e estudantes da rede estadual e certamente contra toda sociedade, que se torna refém dessa injustiça.
Os professores da regional de São José lançaram o seguinte calendário referente às atividades da greve:
19/05/11 – Reunião do comando de greve às 14 horas na EEB. Laércio C. de Andrade.
20/05/11 – Ato   das Luzes (Regional de Florianópolis e São José)  às 19 horas no Trapiche da Beira Mar Norte, com camiseta branca e vela.
23/05/11 – Vigília no Centro Administrativo às 10 horas, pois tem audiência do SINTE-SC com o Grupo Gestor.
24/05/11 – Assembleia Regional às 14 horas, local a definir.
Os que pagam pela irresponsabilidade desses governadores que são contra a educação pública, dentre eles Raimundo Colombo, são os professores que além de lutar contra a desvalorização histórica que sofrem, precisam ir às ruas passar pela humilhação de negociar um direito já conquistado, obviamente que por intermédio também da luta de classes. São afetados ainda os filhos da classe trabalhadora que dependem da educação pública para estudarem e que precisam de professores de qualidade e justamente remunerados para que no futuro possam ter suas necessidades sociais básicas supridas nessa sociedade seletiva e excludente.
Por fim, não há duvidas que toda nossa pátria amada é afetada por essa estupidez política. Esse é o momento propício para entendermos o que o grande mestre Paulo Freire escreveu “Se a Educação pudesse falar, ela diria: Tenho que compreender quão limitada me obrigam a ser, dados os limites políticos que não me permitem ultrapassar”.
Foto: Futura Press. Arte NOTA ZERO por Lidiane Ramos Leal
(Plublicado no Portal Desacato 19/05/2011)

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