domingo, 22 de dezembro de 2013

Reduzir a maioridade penal e aumentar o tempo de internação de adolescentes?



(arte: Rafael Werkema)


Na semana em que ocorre a 9ª Conferência Nacional de Assistência Social em Brasília (DF), o CFESS lança o folder informativo em que apresenta os argumentos pelos quais é contra a redução da maioridade penal e o aumento do tempo de internação de adolescentes.

CFESS defende ampliação de financiamento e condições de trabalho na Conferência Nacional de Assistência Social

Evento reuniu quase de 3 mil pessoas em Brasília (DF). Veja como foi a participação do Conselho Federal


Cerca de 300 assistentes sociais participaram da reunião com o CFESS durante a Conferência (foto: Rafael Werkema)

Com o tema “A Gestão e o Financiamento na efetivação do Sistema Único da Assistência Social”, terminou nesta última quinta (19/12), em Brasília (DF), a 9ª Conferência Nacional de Assistência Social. O evento, que reuniu cerca de 2.800 pessoas (muitas delas assistentes sociais), se propôs a analisar, debater e deliberar as diretrizes para gestão e financiamento do SUAS. A assistência social é uma das áreas que mais emprega assistentes sociais.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Diploma abre caminho para inclusão produtiva

Formandos do Pronatec Brasil Sem Miséria iniciam cooperativa e sonham com sucesso. Ministra entregou 2 mil diplomas nesta quarta (11) em Santa Catarina



Brasília, 12 – A ministra do Desenvolvimento Social de Combate à Fome, Tereza Campello, participou nesta quarta-feira (11), em Florianópolis (SC), da formatura de 2 mil alunos em cursos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) voltados ao público do Brasil Sem Miséria. Os cursos já ultrapassaram 830 mil matrículas e a meta de atingir 1 milhão de matrículas até dezembro de 2014 deve ser atingida já no início do ano. 

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Sete frases de Nelson Mandela que você não verá na grande mídia


Como sempre acontece quando alguém famoso morre, o líder sul-africano ganhou merecidas manchetes elogiosas em veículos de todo o mundo nesta sexta-feira. Mas a maioria dos jornais, especialmente os brasileiros, fizeram de tudo para esconder quem realmente era Nelson Mandela: um líder revolucionário progressista, pró Cuba e Palestina, anti imperialismo e crítico das ações americanas e israelenses pelo mundo.

Afinal, se tem uma coisa que a grande imprensa faz bem é maquiar a realidade de acordo com seus interesses.

Vejamos as frases:
1. Sobre a invasão americana ao Iraque

“Se há um país que cometeu atrocidades inomináveis no mundo, é os Estados Unidos. Eles não se importam com seres humanos.” (fonte: CBSNews)

domingo, 8 de dezembro de 2013

Chora por Mandela, mas acha um absurdo pobre querer os mesmos direitos

Por Leonardo Sakamoto



Precisamos de mais pessoas como Mandela.

Pessoas que são capazes de usar a força quando necessário e adotar uma atitude conciliadora quando preciso. Mas que não descartam qualquer uma das duas acões políticas.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Brasil, Venezuela e Equador lideram redução da pobreza na América Latina

Número de pobres brasileiros cai pela metade em oito anos e desigualdade também se reduz. Estudo da Cepal mostra que 164 milhões ainda vivem sem condições básicas na América Latina


por Redação RBA

São Paulo – Venezuela, Equador e Brasil lideram o ritmo de redução da pobreza entre os países da América Latina. Estudo divulgado hoje (5) pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), da ONU, mostra que a proporção de brasileiros considerados pobres ou extremamente pobres se reduziu pela metade entre 2005 e 2012, de 36,4% para 18,6% – os chamados indigentes foram de 10,7% para 5,4%.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Dilma regulamenta aposentadoria para portadores de deficiência



A presidenta, Dilma Rousseff, assinou decreto que regulamenta a Lei Complementar 142/13 - que garante aposentadoria especial para pessoas com deficiência e foi sancionada no dia 8 de maio. A cerimônia foi realizada no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (2), em Brasília. 

De São Paulo, o prefeito da capital, Fernando Haddad, e o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participaram do evento por teleconferência e anunciaram a inauguração dos centros especializados para atender pessoas com deficiência.

Seminário discute impacto da educação integral no combate à pobreza


Os desafios da educação em tempo integral na superação da pobreza passam por uma mudança de paradigmas do Poder Público e da sociedade, pela oferta de escola com qualidade para todos e também pela articulação de políticas públicas nas três esferas governamentais. Essas são as bases para que o Brasil e outras nações possam romper o ciclo de exclusão social ao qual são submetidos milhões de famílias, crianças e adolescentes em todo o mundo. O assunto foi discutido nesta quinta-feira (28), em Brasília, durante o II Seminário Internacional de Educação Integral em Jornada Ampliada, que segue até sexta-feira (29), com participação de especialistas brasileiros e de outros sete países – Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, África do Sul, Chile, Uruguai e Cuba.

MDS é finalista em concurso de inovação

Brasil Sem Miséria e estratégia de monitoramento de programas sociais estão entre os dez vencedores de prêmio da Enap
Brasília, 2 – O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) está entre os vencedores do 18º Concurso Inovação na Gestão Pública Federal, da Escola Nacional de Administração Pública (Enap). Especialistas em gestão, servidores públicos e professores com atuação reconhecida na área avaliaram 85 iniciativas do governo e escolheram as 10 melhores. Entre elas, duas são do MDS: o Plano Brasil Sem Miséria e a Estratégia de Monitoramento Analítico do Plano Brasil Sem Miséria. 

domingo, 1 de dezembro de 2013

A história do médico cubano sabotado por duas médicas brasileiras

A história do primeiro médico cubano que foi sabotado por duas médicas brasileiras (mas não deu certo)

Por Kika Castro*

Acompanhem comigo este caso.

A diarista Gilmara Santos foi a um posto de saúde no bairro Viveiros, em Feira de Santana (BA), para que seu filho recebesse atendimento.

Lá encontrou o médico cubano Isoel Gomez Molina.

Cubanos trazem uma nova forma de fazer Medicina

Médicos fazem exames e surpreendem pacientes e profissionais

Por Christina Nascimento

Rio - É quase impossível não estranhar quando se ouve de Julio Cesar Nunez Naranjo, 46 anos, o valor que recebe por mês em Cuba. “Cerca de 30 dólares (quase R$ 70). É uma boa remuneração”, diz o médico, em um compreensível ‘portunhol’, após atender uma mãe e um bebê no Centro Municipal de Saúde de Vila do Céu, em Campo Grande. Mas a relação com o dinheiro não é a única diferença na comparação com os médicos brasileiros. 

“Preconceito contra Bolsa Família é fruto da imensa cultura do desprezo”, diz pesquisadora.


Com Isadora Peron

O Programa Bolsa Família fez 10 anos no domingo, dia 20. Quando foi lançado, no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, atendia 3,6 milhões de famílias, com cerca de R$ 74 mensais, em média. Hoje se estende a 13,8 milhões de famílias e o valor médio do benefício é de R$ 152. No conjunto, beneficia cerca de 50 milhões de brasileiros e é considerado barato por especialistas: custa menos de 0,5% do PIB.

sábado, 30 de novembro de 2013

Pesquisa mostra que 56% dos homens já tiveram atitude violenta com a companheira


Entre os itens apontados estão: xingou, empurrou, ameaçou com palavras, deu um tapa, um soco, impediu de sair de casa, arremessou algum tipo de objeto, humilhou em público,obrigou a fazer sexo sem vontade e ameaçou com arma
por Flávia Albuquerque, da Agência Brasil publicado 29/11/2013 

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Sobre "outro" tipo de abuso



Por Luzinete R. C. Carvalho.

"Saímos para passear, na volta encontramos duas vizinhas na calçada, Francisco e eu paramos para dar "oi".

Elas puxam conversa, blá blá blá para lá, blá blá blá para cá, e um pedido de abraço para cá, um pedido de beijo para lá, ambos negados, e uma delas solta:

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

10 Anos do Programa Bolsa Família: Avanços, Efeitos e Desafios


Para marcar 10 anos, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e parceiros realizam o Ciclo de Debates 10 Anos do Programa Bolsa Família: Avanços, Efeitos e Desafios. Até dezembro, serão encontros para discutir a importância do programa de transferência de renda para a trajetória escolar das crianças e jovens, a participação dos beneficiários no mercado de trabalho, os padrões de consumo das famílias, o impacto do Bolsa Família no desenvolvimento regional e a gestão das políticas sociais.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O preconceito e a mediocridade

Walquiria Leão Rego

O que seria a tal “porta de saída” que tantos cobram dos programas de renda?



A POBREZA sempre despertou sentimentos ambíguos e complexos. De um lado, por ser fonte de enormes preconceitos e estereótipos de parte das ditas elites. De outro, por indicar aos mais sensíveis que algo vai mal na sociedade. Contudo, na maioria das vezes, sua miopia ética e política opera invertendo a realidade dos pobres, pois os transforma em culpados de sua situação, partem da premissa de que todos os homens são autores de seu próprio destino, logo, a pobreza torna-se uma espécie de escolha existencial.

Pai, o senhor não acredita em Deus, né?

Leonardo Sakamoto
13/11/2013 

Um rapazinho estava sentado à mesa de um restaurante com a mãe, o pai e a irmã, menor que ele, neste final de semana, em São Paulo. Do nada, virou para o pai, disparando:

“O senhor não acredita em Deus, né?''

Conheça homens e mulheres que optaram por uma vida mais simples

Na contramão da sociedade contemporânea, homens e mulheres optam por uma vida mais simples. Eles garantem que são mais felizes. Conheça as histórias

Você pode ter passado a vida inteira, ou parte dela, ouvindo a expressão: tempo é dinheiro. Conhecido de perto um universo em que ter do “bom e do melhor” é sinônimo de uma vida sossegada. Também deve ter escutado, e acreditado, que comprar roupas, sapatos e supérfluos alivia o estresse, principalmente, das mulheres durante a tensão pré-menstrual (TPM). Que shopping é e será um dos melhores lazeres desta vida moderna. Agora, suponha que tudo isso virasse de cabeça para baixo. Em nome da simplicidade do ser, homens e mulheres, de idades diferentes, chacoalharam esses velhos conceitos cada vez mais impostos à sociedade e optaram, sem culpa e com leveza, por uma vida simples. Acreditam que precisam de pouco para se satisfazer e asseguram que o lucro com tudo isso não se vende nem se troca, e tem nome: felicidade.

Por que me tornei a favor das cotas para negros

Cotas para negros: por que mudei de opinião. Juiz federal, mestre em Direito e ferrenho opositor das cotas explica as razões que o fizeram mudar de ideia

William Douglas, juiz federal (RJ), mestre em Direito (UGF), especialista em Políticas Públicas e Governo (EPPG/UFRJ), professor e escritor, caucasiano e de olhos azuis

Roberto Lyra, Promotor de Justiça, um dos autores do Código Penal de 1940, ao lado de Alcântara Machado e Nelson Hungria, recomendava aos colegas de Ministério Público que “antes de se pedir a prisão de alguém deveria se passar um dia na cadeia”. Gênio, visionário e à frente de seu tempo, Lyra informava que apenas a experiência viva permite compreender bem uma situação.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

O machismo sutil de quem nos cultua

Na luta feminista, há muito espaço para os homens. Mas alguns deles, tão convictos e extremados, querem… indicar-nos o caminho!
por Marília Moschkovich — publicado 11/11/2013 18:56, última modificação 11/11/2013 19:08



sexta-feira, 8 de novembro de 2013

“Cárcere não é lugar de gente”

Movimentos sociais e organizações ligadas a direitos humanos propõe ao governo federal redução de número de presos, melhor tratamento aos detentos e desmilitarização da PM

por Piero Locatelli — publicado 07/11/2013 05:54




Morador de rua está preso desde junho por carregar Pinho Sol e água sanitária

Sem ser julgado, Rafael Vieira está em penitenciária por levar frascos na manifestação do dia vinte de junho no centro do Rio de Janeiro


por Piero Locatelli — publicado 08/11/2013 08:42, última modificação 08/11/2013 12:21

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Estupro no Brasil cresce 18% e supera número de homicídios dolosos

Dados do 7º Anuário Brasileiro de Segurança Pública registraram 50,6 mil casos, o correspondente a 26,1 estupros por grupo de 100 mil habitantes. Em 2011, a taxa era de 22,1

04/11/2013 Fernanda Cruz da Agência Brasil




domingo, 3 de novembro de 2013

Companheir@ é companheir@!



Por Lidiane Ramos Leal.

Dizem que companheiro é companheiro e filho da puta é filho da puta, eu discordo em parte, pois não vejo mal algum em ser filho de uma puta. Puta é só uma pessoa que exerce uma das atividades mais antigas do mundo, que mal há nisso? Obviamente que muitas vezes essa prática é uma expressão da questão social, mas daí é outra história, não diz respeito ao caráter da vítima nem tão pouco de seus filhos.

sábado, 2 de novembro de 2013

Péssimos Conselhos da “Supernanny”

Alfie Kohn Explica Por Que Castigos Não Funcionam 

Péssimos Conselhos da “Supernanny”

Ditadores adoram rebeliões. A desordem oferece uma desculpa perfeita para revogar liberdades de forma a restaurar a calma. Afinal de contas, existe apenas duas escolhas: caos e controle.  Os criadores da Supernanny e da Nanny 911 entenderam bem essa fórmula. A cada semana eles apontam suas câmeras para lares disfuncionais nos quais as crianças parecem enlouquecidas e os pais prontos para enlouquecer também. Há choros, gritos e agressões…inclusive partindo das crianças. Mas espere. Quem vem lá? É uma babá inglesa, bem arrumadinha, pronta para entrar em cena com a velha receita do controle. Em alguns minutos os pais estarão no comando, as crianças estarão calmas e obedientes e todos estarão cheios de gratidão. Entra a música melosa, os abraços em câmera lenta e as cenas dos próximos capítulos de uma famílias ainda mais problemática.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Um pouco de Paulo Freire

Por Lidiane Ramos Leal.

Paulo Freire nasceu em Recife (Pernambuco), no dia 19 de setembro de 1921. Paulo era o caçula de uma família de quatro filhos. Quando era criança, sua família passou por dificuldades econômicas, fazendo com que Paulo vivenciasse a fome e conhecesse as conseqüências que as expressões da questão social têm na educação. Paulo foi alfabetizado pelos pais (Joaquim e Edeltudes) debaixo das mangueiras de casa, escrevia no chão com gravetos. Desde cedo pode compreender a relação entre classe social e conhecimento.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Anacronismo na gestão pública

Por Lidiane Ramos Leal.

Em algum lugar do Brasil, no ano de 2013, durante uma aula de pós graduação em Gestão Pública, na disciplina de Gestão de Pessoas, a professora teve a ideia de trazer para ministrar uma palestra um Superintende de Trânsito de uma Prefeitura Municipal. Durante sua exposição com referências da Wikipédia, o superintendente tentou articular a teoria encontrada na “enciclopédia livre” com sua prática.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Até onde vai a hipocrisia dos médicos brasileiros?


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Por Lidiane Ramos Leal.
Hoje pela manhã, aproximadamente 40 médicos e estudantes de medicina usando jaleco branco estavam reunidos no centro de Florianópolis protestando contra a vinda de médicos estrangeiros ao Brasil. Dentre os cartazes que os manifestantes portavam, inclusive muitos com jalecos de clínicas privadas, pode-se perceber a evidente falta de respeito e ética para com os profissionais estrangeiros. Enquanto eu fazia uma foto, um dos manifestantes, com aparência de aproximadamente 60 anos de idade e com um jaleco de uma clínica privada da capital, me perguntou se eu gostei da faixa que fazia o seguinte questionamento “o Brasil quer médico meia-boca?” Imediatamente eu disse que não gostei, ele me respondeu de maneira extremamente indelicada e desrespeitosa, se você não gostou é por que é petista. Pasmem! Eu respondi que não tenho partido político, mas que sou humanista, e achei que o cartaz era uma falta de respeito com os médicos estrangeiros, e que esse tipo de acusação sem fundamento não traria melhorias para a saúde pública e inclusive caracterizava xenofobia. Então, ele disse sem fundamentar a razão, “se tu és humanista tu deverias, então, apoiar o movimento”.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Mais um ato insano, mas “bem pensado” da Rede Globo!

Brasil


Por Lidiane Ramos Leal.

No mês passado eu recebi um convite no facebook, compartilhado por pessoas de esquerda, para participar de um ato chamado “um dia sem a Rede Globo”, eu achei estranho que pessoas de esquerda assistam essa emissora, e façam campanha por “um dia” sem ela, de qualquer forma fazendo uma ressalva eu compartilhei a mensagem. Bom, se tem gente que assiste, mas não gostaria de assistir (até por que não precisa já que temos fontes de informações muito melhores e transparentes), e mesmo assim acreditam que “um dia” sem a Rede Globo fará diferença, eu até apoio, na tentativa e esperança que essa pessoa se dê conta que não precisa desta emissora para o resto da vida, nesse caso a campanha faria um grande bem para a classe trabalhadora.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Palhoça e suas mazelas políticas


Por Lidiane Ramos Leal, para Desacato.info

Palhoça/SC, bela por natureza, nos últimos tempos tem conseguido espaço nos noticiários com informações que tem ofuscado a sua beleza, ainda que natural. Atitudes que causam constrangimentos não somente para os políticos que a administraram e administram, mas também, infelizmente, para os moradores, que lamentavelmente acabam sendo as principais vítimas desses vícios insanos causados por seus gestores.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Usuários do Bolsa Família são vítimas de preconceito




Por Lidiane Ramos Leal.


No domingo dia (19), o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate á Fome – MDS divulgou nota de esclarecimento a respeito de boatos pertinentes à suspensão do Programa Bolsa Família. De imediato uma série de piadas preconceituosas contra os usuários do programa foram lançadas na internet.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Parabéns, Assistentes Sociais!




Por Lidiane Ramos Leal.


Só é possível entender o significado do Serviço Social quando se compreende o movimento histórico da sociedade, e as relações sociais construídas através das ações dos homens. Por essa razão o Assistente Social tem uma formação generalista e humanista, o que permite apreender a questão social com uma base teórico-metodológica focada na compreensão dos processos relacionados à economia e política da realidade social. O profissional tem como desígnio intervir em espaços que se trabalham as políticas sociais para atendimento às pessoas em situação de vulnerabilidade social. De modo que, é indispensável à atuação de assistentes sociais nas três esferas do governo e em todas as políticas sociais.

Através da prática profissional, o Assistente Social pode causar resultados concretos na vida dos usuários. Desde a viabilização do acesso a políticas sociais, programas e serviços, passando pelo esclarecimento acerca dos direitos e a conscientização pertinente ao espaço social que esses usuários ocupam, chegando a um patamar indispensável que é a prática da resistência.

Que esse dia, assim como todos os outros dias, seja dedicado à luta pela consolidação dos princípios fundamentais que regem a profissão: liberdade, defesa intransigente dos direitos humanos, consolidação da cidadania, democracia no sentido de socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida, posicionamento voltado para a equidade e justiça social, empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, garantia do pluralismo, ou seja, a opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação-exploração de classe, etnia e gênero. Que todos esses princípios sejam cada vez mais presentes em nossa prática e que jamais deixemos de lutar pela nossa profissão.

Os estudantes de Serviço Social e nós os Assistentes Sociais (comprometidos com o projeto ético-político) temos a responsabilidade de olhar além das aparências. E fazemos isso analisando as expressões da questão social com inconformismo e luta constante pela superação da conjuntura posta.

Que seja um dia de celebração, mas antes de tudo de reflexão e LUTA contra a banalização da desigualdade social!

Afinal, já alertavam Karl Marx e Friederich Engels: a emancipação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores.


Foto:http://www.comprarfloresonline.eu/Basics-Rosas-verdes/pt

Montagem: Lidiane Ramos Leal.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

UDESC: O que nos disse o Reitor

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Por Lidiane Ramos Leal, para Desacato.info
Desde fins de 2012 a UDESC vem sofrendo crises e conflitos entre a Reitoria, professores, estudantes e trabalhadores. A última, acontecida nos últimos dias de março, desaguou numa ocupação espontânea que durou umas 48 horas e paralisou, em parte, as atividades da entidade de ensino estadual.

sexta-feira, 15 de março de 2013

A “chuva” é inimiga dos passageiros da Paulotur


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Por Lidiane Ramos Leal, para Desacato.info
Não bastasse as goteiras dentro da Rodoviária Rita Maria em Florianópolis SC, nós, os passageiros que usamos o transporte da empresa Paulotur, que é a única empresa que presta esse serviço no sul de Palhoça SC, vivemos ontem um momento extremamente desconfortável, não que isso seja surpresa para nós.

quinta-feira, 7 de março de 2013

A demarcação de terras e a injustiça contra os invisíveis

Destaques,Palhoça
Por Lidiane Ramos Leal, para Desacato.info.
No sul de Palhoça/SC, o processo de demarcação de terras que teve início em 1993 tem como propósito transformar em terra indígena 20 milhões de metros quadrados. O processo é fortemente questionado por moradores de todo o Sul de Palhoça. E claro, principalmente por essas 77 famílias da Enseada do Brito, Maciambu Pequeno e Praia de Araçatuba, que tendem a ser brutalmente arrancadas de suas vidas, em prol de uma irresponsabilidade do Estado. Os estudos antropológicos que identificaram a região como terra tradicional indígena gerou indignação e levou os moradores a entrar com recurso, desde 2009 na Vara Ambiental da Justiça Federal em Florianópolis, ainda sem respostas.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O desrespeito da empresa Paulotur agride o povo da Palhoça


Por Lidiane Ramos Leal, para Desacato.info.
Por volta das 8h da manhã, do dia 25 de fevereiro de 2013, chegamos ao trevo do Pontal, em Palhoça/SC, aproximadamente 400 pessoas estavam no local reivindicando seu direito de ter acesso ao transporte, ainda que privado. A manifestação aconteceu espontaneamente, pois os moradores ficaram durante mais de uma hora esperando ônibus para irem a seus destinos, e os ônibus não passavam, por conta de uma alteração dos horários, itinerários e tarifas, feita pela empresa Paulotur sem qualquer consulta as comunidades que fazem uso desse serviço.
Desse modo, um ônibus que partiu da Pinheira para Florianópolis, chegando ao Pontal, por volta das 7h:30min da manhã, foi parado pela população, pois a paciência dos moradores que ali estavam desde às 6h,  aproximadamente, se esgotou. Esse único ônibus, que estava lotado não poderia levar os passageiros, então os moradores insatisfeitos com essa atitude injustificada, por parte da empresa Paulotur, decidiram coletivamente parar os ônibus que passassem por ali desde então, até que seja tomada uma decisão coerente e que atenda as demandas da população.
O que aconteceu foi que, na semana passada os moradores foram informados que a empresa Paulotur aderiu ao sistema de urbanização. Dessa maneira, a comunidade do sul de Palhoça teria um novo horário de ônibus, itinerário e ainda tarifas diferenciadas, em alguns bairros reduziria o valor das passagens, em outros bairros esse valor aumentaria.
Em sua fala G. I. L. (16), moradora do bairro Praia do Sonho nos apresenta grande parte das dificuldades que os moradores do sul de Palhoça estão enfrentando com essa nova mudança realizada pela empresa Paulotur, “concordo com a manifestação porque sábado cheguei ao ponto de ônibus na Praia do Sonho às 8h da manhã e somente consegui pegar o ônibus às 11h da manhã, cheguei atrasada no serviço e foi chamada minha atenção. Hoje é a mesma coisa, eu nem posso ir trabalhar e amanhã nem sei como vou fazer, estou apavorada, vou perder meu emprego. Eu liguei para empresa que trabalho, explicando o que está acontecendo, eles falaram que vão explicar para os chefes, tudo certinho, mas eu vou ter essas horas descontadas no meu salário”.
Elieu Pereira (24), “A paralisação é muito importante, se não for assim, ninguém faz nada. Estou desde às 6h da manhã esperando o ônibus para ir trabalhar e ele não passa, mudaram os horários e ficou péssimo, porque simplesmente não tem horários com as linhas de ônibus que usamos. E sem contar os valores absurdos que vamos precisar pagar se tiver que pegar uma outra linha, por exemplo, eu moro no Pontal e trabalho na Palhoça, se eu precisar pegar a linha Florianópolis, eu preciso pagar até lá, e é bem mais caro, ficou horrível. Se você pedir para o patrão pagar a passagem para que você possa pegar outra linha, nesse caso até Florianópolis, e não dificultar tanto assim a sua chegada no trabalho, ele não vai querer pagar e eu vou perder o emprego, porque também não consigo tirar a diferença do meu salário. Isso ainda que a linha de Praia de Fora até Palhoça custava R$ 2,45 agora custa R$ 2,65. Nós sabemos que os motoristas e cobradores não tem culpa e o pessoal que está aqui sabe disso, nós respeitamos, somos trabalhadores que estamos querendo ir trabalhar. Aqui poderia passar outras empresas, é horrível, é só a Paulotur. Além dos ônibus serem precários, eles abusam nas passagens e ainda  fazem isso com a gente. A empresa é tão precária que chamaram a polícia agora e um ônibus ficou preso porque não tem documentação.”
Thiago Pereira da Silva (18) “Tou desde as 6h aqui e se a gente não fizer nada, não vai mudar nada. Esse horário de ônibus ficou péssimo, e ainda eles nos deram um folheto com um horário que mudou três vezes, não sabemos nem qual é o horário certo. Os horários antigos dos ônibus já eram ruins, e agora ficou pior ainda”.
Maristela Pereira (42) “Precisamos de ônibus, esse é um direito que todo trabalhador tem, meu marido conseguiu pegar o ônibus às 5h:15min, depois os ônibus só foram aparecer depois das 7h, como pode acontecer um negócio desses?”.
Jeber dos Santos (22) morador da Guarda do Embaú muito indignado com a situação nos diz, “A Paulotur não tem capacidade e ônibus suficientes para atender essa população, ainda mais com esse esquema que estão implantando, é uma empresa que tem um monopólio há aproximadamente 30 anos desde Garopaba até a Palhoça. É uma única empresa para essa montoeira de gente, um absurdo! Os ônibus vão igual a um caminhão de frango amontoando todo mundo, isso é um descaso. Eu pego o ônibus desde moleque e nunca mudou o jeito de sermos tratados. E essa empresa tem contrato até 2016 para ficar nos explorando e se não fizermos nada eles vão renovar esse monopólio e vamos continuar nesse descaso absurdo. Para nos “ajudar” ainda mais, a prefeitura ta toda esculhambada, o prefeito, que ainda é prefeito interino, só quer saber de viajar para fora do Brasil.”
Maria de Fátima de Medeiros Espíndola (48) “Nós precisamos nos manifestar já que estão abusando com esse novo horário. Assim, eu vou chegar à Costeira, onde trabalho, quase no horário que eu devo estar voltando. A empresa Paulotur não tem ônibus suficiente para fazer isso que eles querem, e quem vai precisar pagar mais caro é a população, só piorou pra nós. E ainda, eu preciso ficar 2 horas esperando o ônibus para voltar pra casa, depois de um dia de trabalho”.
Daniela Cristóvão (19) “É realmente um absurdo! Quando o dono da empresa Paulotur chegou ao DETER para apresentar essa proposta ele não pensou nas pessoas. O que passa na cabeça dessas pessoas (responsáveis da Paulotur) para fazer isso com o povo? Como eles querem melhorar colocando uma linha, (ex: Praia de Fora até Palhoça) a cada 2 horas, ou até mesmo a cada 4 horas como acontece com algumas linhas? O pessoal do Morretes tem ônibus às 8h:30min e depois só depois das 12h, eles não precisam de ônibus?”
Márcia Francisca Alff (30) “precisamos nos manifestar, pois eles só querem nos prejudicar com esse horário que estão querendo implantar, é uma vergonha o que eles querem fazer com a gente. Eu tenho uma filha especial e preciso levar ela para o centro para fazer exames e ser atendida pelos médicos e agora com esse horário nem sei como vou fazer para sair com ela”.
Daniela da Silva (18), moradora do Pontal, “tudo isso começou há umas duas semanas quando a empresa Paulotur resolveu colocar ônibus com preços únicos nas linhas, assim quem reside na Praia de Fora se precisar ir para Palhoça, com esse sistema por essa linha ser rara o passageiro terá que pegar outra linha e pagar o valor bem mais alto. E ainda os ônibus que usamos vivem quebrando e ficamos na estrada. Vamos permanecer na manifestação, respeitamos todas as pessoas e só queremos respeito também, não merecemos esse tipo de tratamento”.

Israel Soares (24), morador do Pontal, “ontem eu trabalhei de segurança, saí do meu serviço às 22h:30min, cheguei ao centro pra pegar o ônibus faltando 10 minutos para as 23h e já não existia mais ônibus. Tive que pagar um táxi e gastei R$ 100, isso é um prejuízo para o trabalhador. Eu ganho R$ 120 por noite vou pagar R$ 100 para voltar pra casa? Como eu vou sustentar minha família assim? Se eu fosse esperar o próximo ônibus teria que ficar no centro, até às 6h do outro dia”.
Um motorista da empresa que não quis se identificar (por motivos óbvios) nos afirma que está apoiando a manifestação, “pois foram tirados muitos horários, estão deixando os trabalhadores sem horário de ônibus para irem trabalhar, o pessoal dos colégios estão com muitas dificuldades, foi urbanizado e a empresa está ganhando subsídio, então não tem motivos para fazer esse corte de horários, o pessoal paga passagens, mas quer horários, vamos juntos lutar pela dignidade do povo!”
Mesmo após inúmeros contatos com a empresa Paulotur, os representantes dessa empresa se negaram a vir até o local conversar com os passageiros. Assim sendo, por volta das 9h:30min, 12 representantes se organizaram a fim de irem até a empresa conversar com um dos responsáveis pela situação. Um motorista se dispôs a dirigir um dos ônibus que estavam parados no local e a levar os manifestantes para negociar com os representantes da empresa.
Ao chegar à empresa, os manifestantes foram atendidos pelo gerente geral da Paulotur, o senhor Diogo Alves. Diogo recebeu o convite dos passageiros para ir até o local da paralisação conversar e negociar com os manifestantes. Diogo disse que essa alternativa estava fora de cogitação, e que indo até o local ele não resolveria nada. O gerente tentou se justificar e ainda afirmou que esse novo projeto e seus horários já estão prontos a mais de 1 (um) ano. Diante da afirmação do gerente, com toda razão, os passageiros ficaram ainda mais revoltados, pois em nenhum momento foram consultados acerca desse projeto que tende a mudar profundamente a dinâmica de vida dessas comunidades. Durante a conversa, após questionamentos, o gerente afirmou que a empresa não recebe subsídio da prefeitura por ter feito a urbanização do transporte. O gerente pediu licença aos manifestantes, pois precisaria fazer uma ligação para conversar com os acionistas da empresa e com o Departamento de Transportes e Terminais – DETER para saber qual posição aderir. Desse modo, após alguns minutos de espera os manifestantes que, foram pacificamente, conversar com o representante da empresa foram surpreendidos por duas policiais militares que afirmaram terem sido chamadas, pois havia pessoas armadas no local”.
Ora, os representantes das comunidades foram conversar tranquilamente para resolver essa situação de violência por parte da empresa Paulotur, alguém (ainda não sabemos quem foi, somente sabemos que é um grande covarde), chamou a polícia para barrar essas pessoas e ainda mentiu dizendo que estavam armados. Deveriam ter vergonha disso! Isso sem contar que uma das policiais se sentiu ofendida por ter sido fotografada pelo Portal Desacato e exigiu a câmera fotográfica para que sua foto fosse apagada, em total desrespeito a liberdade de imprensa e expressão. O senhor Diogo percebeu, certamente, que a proteção de policiais era desnecessária e então dispensou as moças que vieram proteger a empresa (elas se retiraram do local sob vaias). Muitos questionamentos foram feitos ao senhor Diogo, e este nos afirmou que a empresa atende aproximadamente 60 mil clientes, com 110 funcionários e tem uma frota de 50 ônibus (o que foi contestado por algumas pessoas que fazem uso do serviço, pois acreditam que a empresa deve ter aproximadamente 20 ônibus). Após um considerável tempo de espera, veio a informação que o DETER agendou uma reunião para as 16h, na sua sede em Florianópolis. Desse modo, os manifestantes escolheram os representantes que estariam presentes nessa reunião e voltaram para a manifestação no Pontal.
Algo interessante aconteceu na volta dos manifestantes ao Pontal: o ônibus que estavam voltando teve um problema no meio do trajeto (fundiu o motor) e não pode avançar na viagem. Após quase 1 hora de espera, outro ônibus chegou para concluir a viagem. Sabemos que isso não é novidade para os usuários da empresa Paulotur, pois acontece com uma freqüência considerável, como inclusive, vários manifestantes reclamaram.
Conforme combinado, a reunião foi realizada por volta das 16h no DETER, estavam presentes: representantes do DETER, das comunidades do município de Palhoça, proprietário da empresa Paulotur e Sindicato dos Trabalhadores em transporte Urbano, Rodoviário, Turismo, Fretamento e Escolar da região metropolitana de Florianópolis  – SINTRATURB. O propósito era reorganizar e readequar os horários implantados no sistema de urbanização implantado.
Os manifestantes permaneceram unidos no local, mesmo diante da forte chuva, aproximadamente 500 pessoas estavam aguardando uma posição dos representantes. Por volta das 20h:30min, os representantes da comunidade chegaram ao local junto a SINTRATUB.  Com a seguinte decisão:
1)      a empresa se compromete a aceitar os passes do dia 25 de fevereiro até o dia 15 de março;
2)      compromete-se, ainda, disponibilizar ônibus emergenciais de acordo com as necessidades;
3)      no período de 15 dias serão realizadas reuniões com as comunidades, para adequação de horários e
4)      as comunidades se comprometem a não interferir na operação do sistema.
A comunidade que estava aguardando uma posição, que realmente contemplasse as suas necessidades, não se sentiu satisfeita. Uma vez que teriam que aguardar 15 dias, na expectativa, para saber se teriam suas necessidades atendidas. Não concordando com o resultando da reunião, (segundo os representantes que participaram da reunião, essa foi muito difícil e cansativa), os manifestantes mantiveram a posição de continuar com o protesto, ou seja, sem que os ônibus saíssem do lugar até que uma atitude mais séria fosse tomada. Assim, os representantes do SINTRATURB fizeram contato telefônico com representantes da empresa Paulotur e do DETER a fim de resolverem à situação. Após várias discussões chegou-se a uma conclusão, qual seja: a empresa irá disponibilizar vários horários de todas as linhas solicitadas além de aceitarem os passes, conforme já haviam combinado. Ainda assim, os passageiros não se sentiram seguros, no entanto, por volta das 22h:30mim resolveram liberar os ônibus e voltar para suas casas. Porém, os passageiros esclarecem: “se a empresa não honrar com o seu compromisso, os ônibus vão parar novamente”.
Fotos: Lidiane Ramos Leal

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sábado, 16 de fevereiro de 2013

Enseada do Brito vive momento de desespero


Destaques
Por Lidiane Ramos Leal, para Desacato.info
Por volta das 8h30, chegamos em frente a um posto de combustível, localizado as margens da BR 101 km 232 na Enseada do Brito, sul de Palhoça/SC. Ali foi marcada uma paralisação da rodovia pelos moradores, com início às 9 horas. Aos poucos, os moradores foram chegando e com a expressão preocupada foram constituindo uma aglomeração, que bastou alguns minutos para reunir aproximadamente mil pessoas. Exatamente às 9 horas, conforme haviam combinado, com o apoio da Polícia Rodoviária, começaram a bloquear as pistas nos dois sentidos da BR 101. Durante uma hora os manifestantes reivindicaram para não serem expulsos de suas terras.
Os manifestantes diziam que 65 famílias foram notificadas que deveriam deixar suas casas, pois foi realizada uma demarcação com o propósito de tornar aquela região uma terra habitada por indígenas.
Em conversa com uma moradora, a senhora Maria Terezinha Sebastião (48), que vive há 32 anos no bairro, ela nos mostra a escritura pública de seu terreno e argumenta “os índios não têm culpa, mas a gente também não, a gente trabalha a vida toda para ter o terreno, a casa e agora fica jogado sem ter onde morar”.
Cleber Castelano (43), vice-presidente do Conselho Comunitário de Segurança Cambirela – CONSEG, diz  “a água que todo povo da Enseada usa, vem do morro, direto da cachoeira, pois é área de preservação, e com a ocupação dos indígenas não teremos mais como usar”. E questiona, “como os indígenas podem habitar uma área de preservação?”.
Daniela Maria dos Santos (36), moradora nativa da Enseada do Brito, com indignação nos afirma “sou neta e filha de pescador, com essa demarcação a gente não ta perdendo só a nossa casa, estamos perdendo a cultura, as referências, estamos perdendo a vida” e completa, “meu tio Manoel, tem 89 anos e sempre fala que nunca tiveram índios nessa região”.
Durante a manifestação alguns moradores lembraram dos índios que residem no Morro dos Cavalos e afirmam que sempre mantiveram uma boa relação com eles, e ainda falaram das dificuldades que os índios enfrentam para sobreviverem naquela aldeia, já que não têm a necessária assistência da Fundação Nacional do Índio – FUNAI. Ainda trouxeram a informação que já ocorreram alguns acidentes fatais com os índios daquela aldeia, por conta do tráfego da BR 101. A todo momento, os manifestantes enfatizam que a luta não é contra os índios e sim conta a FUNAI e algumas ONGs, que estão indiscriminadamente ferindo as identidades dos moradores da Enseada.


 Fotos: Lidiane Ramos Leal e Amadeu Leal.